segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ora algo profundo: pode ser o metro!

E se o metro não andar o que acontece?
Sai tudo à rua, como se fosse a festa do futebol mas aqui ao pé de casa, há gente em todo o lado, são para aí sete da noite, há sirenes e gente em todo o lado, serei eu o único que acha que isto não é normal e fico preocupado? Sim, porque toda gente está normalmente a fazer a sua vida, já sei já sei, isto é coisa de quem não está habituado totalmente à indiferença do que nos rodeia, que o Londrino possui em larga escala, não para o mal apenas mas também para o bem. Este tipo de coisas são as coisas com que não podemos andar a pensar, será terrorismo, será alguma coisa perigosa? Não é todos os dias que se vê uma das maiores estações de metro e comboio de Londres, encerrada, com milhares de pessoas na rua e sirenes a tocar de minuto a minuto, com o trânsito completamente parado. Bem, só era hora de toda gente começar a voltar para o trabalho ou a meio caminho de um pub qualquer, até mesmo que fosse o já famoso Flying Scotsman, casa de raparigas que dançam, situada aqui perto de casa, sempre colorido por personagens caricatos à sua porta, que bebendo a sua lager ou ale, fumando um cigarro, vão vendo as garotas dançar. Mas ao que interessa eu regresso, fosse o que fosse, consta que terá caído um senhor à linha, mas aqui nunca fiando, já que o metro anda nas bocas do mundo, consta que devido às avarias que aconteceram a semana passada, não dei por nada, só fiquei uma meia hora num túnel escuro com meia luz da carruagem a funcionar, a pensar que às vezes mudar de cidade é óptimo e mudar de vida também, mas há sempre um metro parado em algum lado que nos lembra do sítio que tão bem conhecemos.
Assim que se sai das estações é tudo tão diferente, há um frio agressivo que nos bate na cara, aliás que começa logo nas escadas, uma espécie de surpresa que nos espera depois do calorzinho agradável das estações do tube. E saindo há todo um mundo diferente, uma pessoa pode aperceber-se disso quando vem cá de visita, por mais vezes que venha cá, mas sair e caminhar por ali, não tendo uma data de volta para casa, sendo um Londrino (há muito ou pouco tempo), leva-nos pela multidão, a apertar os casacos, ajeitar os agasalhos e olhar em frente, com sorte há uma música que nos aquece também um pouco o espírito e assim matamos um bocadinho a saudade. Nem que seja realmente saudade, somente a falta das coisas habituais que se davam por garantidas, agora limitadas a poucas coisas (poucas agora) que se podem fazer para já.
Começou a dar um jogo da 2ª divisão inglesa na televisão,entretanto acho que o charlie sheen vai aparecer noutro canal qualquer, portanto se calhar vou tirar os headphones, desligar o willie nelson (a culpa é do anúncio da Mcdonald's que passa cá) e deitar-me, ver 20 minutos de charlie sheen e sonhar horas seguidas com algo totalmente diferente e bastante melhor; vamos a ver o quê.
Abraços e beijinhos

2 comentários:

  1. Ainda bem que já posso comentar aqui.

    Em primeiro lugar só para te dizer que aprecio o frio londrino mas gosto mais dos amenos 24º que se fazem sentir aqui na Tuga. Depois vê lá se começas a explicar aos pobres incultos o que é uma lager ou ale nós estamos habituados a pouco mais que o termo já de si abreviado, cerveja(panaché é um limite ousado para um português ultrapassar).

    De resto é bom ver que tens arranjado formas de te lembrar da boa-velha Lisboa com os seus metros sujos e que funcionam (geralmente) mal. Juntamente com os folhados "Cheese'n'ham" vê lá se arranjas um sítio para comeres um bom "codfish brás-style" ou um "chicken piri-piri" que os camones "de certeza" que o importam em grande escala.

    Btw, hoje ensaia-se!

    Abraço.

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  2. É interessante ler-te e reparar que já te auto-intitulas "londrino". Essa cidade é para ti o q é pra mim NYC, algo nos atraiu desde sempre e, pelo menos eu, nem sei bem explicar o quê, parece que nascemos no sitio errado! Mas haja vontade como a tua de seguir sonhos...

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