Bem, sacana do frio não me larga as mãos, o nariz e as orelhas, já começo a entender verdadeiramente a necessidade de luvas, de uns ear muffs ou os meus headphones, e para o nariz nada - talvez só o cheiro do chocolate quente ou chá. A temperatura está oficialmente digna de um boneco de neve, à altura de uma música dos Anjos, noite branca mas ainda sem neve para cantar, só o frio digno de uma gente, que agora compreendo melhor, chega ao verão e desbunda como se não houvesse amanhã; porque claramente o amanhã quentinho e os dias de sol escasseiam por aqui - ainda que isso não justifique muitas coisas que eles fazem, mas isso será tema de outra conversa.
Ponto 1: Tenho saudades, não vejo a hora de ir para o bairro alto beber cervejas até me cair o fígado pelo chão e ter de pedir um novo ao Pai Natal - Tenho saudades dos meus amigos e amigas, embora tenha sido abençoado verdadeiramente pelas visitas frequentes de certas pessoas, que ajuda a matar um bocado a ideia da distância, mas anseio ardentemente (à moda de um Eça de Queiroz) não por Maria Eduarda, mas por grandes quantidades de riso e gritaria, chungaria do bairro alto, cervejas em locais designados, música e claro, saudades da família, de casa, das coisas que já dava por certas e já me fartavam, resume-se tudo em saudades. Boas saudades e boas coisas de sentir, uma boa lição.
Ponto 2: Ainda não sei quando vou, mas sei que vou nem que tenha de me atirar à mancha (o que espero não ter de fazer, porque se reclamava quando tava frio e tinha de ir à fonte, nem imagino esta situação a configurar-se de uma forma bonita).
Ponto 3: Não há experiência como a experiência que desejamos ter, por pouco que pareça ou muito, não faço ideia, as coisas quando nos afastamos mudam obrigatoriamente, eu tenho mudado lentamente com tudo isso, o que não será totalmente visível (tirando o facto de ter perdido peso) nem eu desejo que seja tão perceptível, existirão coisas e pessoas para quem mudei irrevogavelmente, existirão pessoas para quem não mudei nada e para outras, talvez só um bocadinho, o certo é que já levo daqui coisas boas e novas para aplicar.
Além das ocorrências que são ocasionais, o meu hotmail decidiu limpar-me a lista de contactos do msn, bloqueou toda gente, que eu lentamente vou desbloqueando, uma triagem desejada mas nunca concretizada que agora acontece, se alguns de vós deixarem de me ver no msn duas coisas poderão ter acontecido: Não me tenho ligado recentemente ou então foram bloqueados, para assim continuarem. Disfrutem portanto do vosso novo estado, assenta que nem uma luva.
Vou fazer chá que está frio, ouvir música e começar a pensar em dormir.
Beijinhos e abraços!
domingo, 28 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
A minha habilidade para processar informação varia, tanto pode ser muita, alguma ou pouca. Isto não mudou comigo aqui, simplesmente me vim apercebendo da quantidade de processos e pessoas a que não necessito de recorrer para me sentir uno e indivisível. A verdade é que quando vimos à rua, fica sempre bem trazer o lixo para o caixote. Tá dito.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Um pensamento que navega por mares diferentes.
A última vez que deixei o coração e os sentimentos nas mãos de uma rapariga, apercebi-me que foram mastigados e triturados, não por conluio nem conspiração soberba, simplesmente por aborrecimento e tédio, a vida já não é o que era com alguém que sabe o quer e o que sente - vale sempre mais um pássaro indeciso na mão (mas giro e bom para dar beijinhos) do que um certo na mão, chato e pesado - pelo menos para as pessoas que não sabem o que querem, claro.
E a última vez que não deixei o coração e os sentimentos nas mãos de uma rapariga, reparo que essa sabe ultrapassar muito mais do que barreiras, há razões óbvias para mim para certas coisas não terem sido o que podiam ter sido, mas ao comparar (na medida do que é possível comparar) aqui ao longe, sabe bem, é tão bom e irónico, ver a ausência total de quem dei tudo e a existência tranquila, presente, de a quem não dei tudo.
Nem devia estar aqui isto, mas veio-me a ideia à cabeça enquanto ouvia uma música em especial.
Obrigado a quem me deu que pensar hoje.
E a última vez que não deixei o coração e os sentimentos nas mãos de uma rapariga, reparo que essa sabe ultrapassar muito mais do que barreiras, há razões óbvias para mim para certas coisas não terem sido o que podiam ter sido, mas ao comparar (na medida do que é possível comparar) aqui ao longe, sabe bem, é tão bom e irónico, ver a ausência total de quem dei tudo e a existência tranquila, presente, de a quem não dei tudo.
Nem devia estar aqui isto, mas veio-me a ideia à cabeça enquanto ouvia uma música em especial.
Obrigado a quem me deu que pensar hoje.
domingo, 7 de novembro de 2010
Creepy
O facebook tem uns momentos muito estranhos de vez em quando, ora pois que se desorganiza todo, acha que eu aceder no meu computador pode significar que é uma invasão de privacidade - não seria nada irónico eu invadir a minha própria privacidade. Mas com tudo isto, obriga-me assim que faço o login a responder a algumas questões, identificar fotos de amigos para ver se eu sei quem são, assim sendo achei bem, quem melhor que eu para reconhecer fotos de gente minha amiga? Na verdade não custou absolutamente nada, mas soltei a gargalhada da noite quando percebi que até o facebook gosta de fazer pouco de mim; ora identifique quem está nesta foto?? De tanta gente que podia sair, tinha de ser a minha ex-namorada? Pois bem, obrigadinho sr. facebook, por esta walk down memory lane! O assunto já estava a ser suficientemente estranho com a afirmação que a minha conta não estava segura, depois vem isto, baixinho alguém comentou (quem estava ao meu lado a tentar perceber o que se passava) quando eu expliquei a ironia de todo o facto, "creeeepy, isto é muito creeeepy!".
Creepy ou não, até achando que alguém possa ler isto e pensar que estou a exagerar, settle down porque esse direito é-me assistido e tenciono sempre abusar dele, não gosto de ser contido a não ser por terapeutas a quem eu peça. Mas creepy ou não, realmente creepy foi o passeio por Regent's Canal,que aqui na foto parece muito pacífico e bonito, mas é só imaginar isto numa noite de sábado fria, à noite, completamente silencioso e com pessoas estranhas (poucas) nas margens, um curso de água que está completamente verdusco e não se vê o fundo - até me dizerem que se me aproximasse conseguia ver pessoas mortas (por momentos senti-me no Senhor dos Anéis) - Como se já não bastasse eu estar a pensar no Jack the Ripper.
Creepy ou não, seja o canal ou o facebook, o certo é que jantei maravilhosamente bem, em óptima companhia e conversa, para acabar a noite a beber cházinho a fumegar, enquanto via o Darjeeling Express e depois vir para casa.
Há dias e noites assim, com frio ridículo de tremer o queixinho, rasteiras do facebook e jantares bons, na cidade da torre de londres, do relógio grandinho, da casa da rainha, do supermercado de pedantes para pedantes, da loja dos brinquedos, dos 3 milhões de mcdonalds starbucks, das estações chamadas Circus, Court e com a palavra Cock lá para o meio. Diz que é Londres, eu gosto de lhe chamar a minha futura casa.
Creepy ou não, até achando que alguém possa ler isto e pensar que estou a exagerar, settle down porque esse direito é-me assistido e tenciono sempre abusar dele, não gosto de ser contido a não ser por terapeutas a quem eu peça. Mas creepy ou não, realmente creepy foi o passeio por Regent's Canal,que aqui na foto parece muito pacífico e bonito, mas é só imaginar isto numa noite de sábado fria, à noite, completamente silencioso e com pessoas estranhas (poucas) nas margens, um curso de água que está completamente verdusco e não se vê o fundo - até me dizerem que se me aproximasse conseguia ver pessoas mortas (por momentos senti-me no Senhor dos Anéis) - Como se já não bastasse eu estar a pensar no Jack the Ripper.
Creepy ou não, seja o canal ou o facebook, o certo é que jantei maravilhosamente bem, em óptima companhia e conversa, para acabar a noite a beber cházinho a fumegar, enquanto via o Darjeeling Express e depois vir para casa.
Há dias e noites assim, com frio ridículo de tremer o queixinho, rasteiras do facebook e jantares bons, na cidade da torre de londres, do relógio grandinho, da casa da rainha, do supermercado de pedantes para pedantes, da loja dos brinquedos, dos 3 milhões de mcdonalds starbucks, das estações chamadas Circus, Court e com a palavra Cock lá para o meio. Diz que é Londres, eu gosto de lhe chamar a minha futura casa.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
E para que conste, as gajas da Zara cá são muita resmengas, quase todas espanholas e...há bué maricas a atender!
Primeiro entranha-se, nunca se estranha e depois gosta-se!
Por vezes é mesmo necessário sair de onde estamos para descobrirmos certas coisas que só à distância se entendem, para encontrarmos partes de nós que ainda não tínhamos encontrado, por vezes só saindo de perto de tudo o que amamos ou amámos, indo ao encontro de algo que idealizamos, para compreender melhor o que somos ou o que podemos ser. Certo, soa confuso, mas andar a maior parte dos dias sozinho ajuda bastante a este tipo de esclarecimento. Sim, agora que os companheiros de passeio e comidas diferentes, Sara e Micael, se foram embora de volta para o nosso Portugal à beira-mar plantado, volto ao modo sozinho e a ter muito tempo para pensar enquanto procuro por futuro.
Mas pormenores fantásticos da minha mente à parte, sempre irão haver coisas que nos levam de volta à nossa terra, porque aqui é um bocadinho diferente e um gajo leva tempo a habituar-se.
Não há quase caixotes do lixo na cidade, apesar de não ser novidade, torna-se completamente surreal ter de andar com lixo nas mãos de um lado para o outro até encontrar um caixote do lixo, o qual se tivermos sorte, está a ser vigiado por uma das milhares de milhões de câmaras da CCTV. A segurança tem um preço, vigilância total e a toda a hora, poucos caixotes do lixo e um pouco de paranóia que nunca magoou ninguém. Ao mínimo sinal pára tudo, investiga-se tudo o que há para investigar, as coisas são feitas na hora e resolve-se; as pessoas continuam como se nada fosse, o dia-a-dia é uma mistura de sandes meio estranhas que se podem encontrar a toda a hora e em qualquer lado com uma variada mistura de sumos, cafés e chás, com avisos de terrorismo, metros cheios até vir a cabeça de alguém presa nas portas, uma nação de iPod, iPad, iPhone, Blackberry e outros que tais, que violentamente se agita no metro e nas ruas. Esteja frio ou muito frio, cinzento ou completamente escuro, há sempre, mas absolutamente sempre, o que me deixa fascinado (isto sim) com a forma como as pessoas nos atendem e recebem em qualquer lado (sem saudades dos mal-encarados que há em Portugal), há sempre uma palavra simpática e acolhedora e um sorriso à partida.
O resto ainda é uma espécie de fascínio, semelhante aos primeiros dias que tive na faculdade quando percebi que aquilo estava cheio de mulheres, que agora vai assentando e já não é totalmente estranho haver um starbucks a cada canto e outras cadeiras famosas de comida e bebida. Mas se há coisa que sabe bem é conseguir sair de casa de manhã, acender um cigarro à porta e a primeira música que o meu iPod dá me dá vontade de saltar e andar com força, pelo meio de tanta gente que nem faz ideia quem é o Gonçalo, nem o Gonçalo faz ideia quem eles sejam, somos todos estranhos aqui, com excepção dos amigos que vamos encontrando para um café, das crianças que se riem para nós no metro sem saber quem somos ou os loucos, que nos abordam porque não sabem quem somos mas nos querem dizer alguma coisa. Somos estranhos mas todos juntos numa massa gigante, eu ainda a estranhar certas coisas, como alguém mo disse "quando fores Londrino" irei estar colado em muito do que agora falo e talvez estranhe.
Se a hora do post voltar a dizer 5 da tarde, fica o aviso que é meia-noite e meia, para ninguém dizer que vou dormir a meio da tarde.
Mas pormenores fantásticos da minha mente à parte, sempre irão haver coisas que nos levam de volta à nossa terra, porque aqui é um bocadinho diferente e um gajo leva tempo a habituar-se.
Não há quase caixotes do lixo na cidade, apesar de não ser novidade, torna-se completamente surreal ter de andar com lixo nas mãos de um lado para o outro até encontrar um caixote do lixo, o qual se tivermos sorte, está a ser vigiado por uma das milhares de milhões de câmaras da CCTV. A segurança tem um preço, vigilância total e a toda a hora, poucos caixotes do lixo e um pouco de paranóia que nunca magoou ninguém. Ao mínimo sinal pára tudo, investiga-se tudo o que há para investigar, as coisas são feitas na hora e resolve-se; as pessoas continuam como se nada fosse, o dia-a-dia é uma mistura de sandes meio estranhas que se podem encontrar a toda a hora e em qualquer lado com uma variada mistura de sumos, cafés e chás, com avisos de terrorismo, metros cheios até vir a cabeça de alguém presa nas portas, uma nação de iPod, iPad, iPhone, Blackberry e outros que tais, que violentamente se agita no metro e nas ruas. Esteja frio ou muito frio, cinzento ou completamente escuro, há sempre, mas absolutamente sempre, o que me deixa fascinado (isto sim) com a forma como as pessoas nos atendem e recebem em qualquer lado (sem saudades dos mal-encarados que há em Portugal), há sempre uma palavra simpática e acolhedora e um sorriso à partida.
O resto ainda é uma espécie de fascínio, semelhante aos primeiros dias que tive na faculdade quando percebi que aquilo estava cheio de mulheres, que agora vai assentando e já não é totalmente estranho haver um starbucks a cada canto e outras cadeiras famosas de comida e bebida. Mas se há coisa que sabe bem é conseguir sair de casa de manhã, acender um cigarro à porta e a primeira música que o meu iPod dá me dá vontade de saltar e andar com força, pelo meio de tanta gente que nem faz ideia quem é o Gonçalo, nem o Gonçalo faz ideia quem eles sejam, somos todos estranhos aqui, com excepção dos amigos que vamos encontrando para um café, das crianças que se riem para nós no metro sem saber quem somos ou os loucos, que nos abordam porque não sabem quem somos mas nos querem dizer alguma coisa. Somos estranhos mas todos juntos numa massa gigante, eu ainda a estranhar certas coisas, como alguém mo disse "quando fores Londrino" irei estar colado em muito do que agora falo e talvez estranhe.
Se a hora do post voltar a dizer 5 da tarde, fica o aviso que é meia-noite e meia, para ninguém dizer que vou dormir a meio da tarde.
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